Sociedade

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Aborto

O aborto no Canadá é legal durante a gravidez, de acordo com a Lei Federal de Saúde e dos sistemas provinciais de saúde, e é financiado com dinheiro público, como um procedimento médico. Porém, existem algumas restrições: aborto a partir das 24 semanas não é permitido em nenhuma província, embora haja exceções para certas complicações médicas. Pelo menos em teoria, as mulheres devem ter acesso ao serviço, mas o acesso a serviços e recursos varia de acordo com a região. Mesmo sendo legalizado, o aborto ainda é um assunto tabu e por isso é bom ter cautela em rodas de conversa e posts nas mídias sociais. 


Autonomia das mulheres

As mulheres quebequenses possuem status social mais elevado do que as mulheres no Brasil. O que isso quer dizer é que a mulher é mais respeitada. Por exemplo, em casa, tanto a esposa quanto o marido dividem as tarefas domésticas e o cuidado dos filhos, incluindo lavar a louça, levar as crianças à escola etc.


A questão do assédio

Assédio sexual é um risco a ser considerado: comentários que no Brasil são considerados banais, no Quebec podem resultar em uma série de problemas. Na América do Norte em geral, e em Montreal não poderia ser diferente, mexer com mulher na rua é um gesto considerado extremamente vulgar, e a mulher pode simplesmente chamar a polícia. Chamam esse ato de “catcalling”. Fazer comentários sobre as colegas de trabalho podem causar problemas com o departamento de recursos humanos. 


Preservação e primazia da Língua Francesa

Nos últimos dez anos tem havido um intenso debate sobre a longevidade da Língua Francesa no Quebec, especialmente em Montreal. Diversos governos procuraram de alguma forma encenar uma nova legislação protegendo o idioma francês, e recentemente a Lei 96 obriga empresas com mais de cem funcionários, incluindo empresas que estão na jurisdição federal, a usarem preferencialmente o idioma francês no ambiente de trabalho. Por exemplo, você deve dar seu consentimento para que colegas falem com você em outro idioma que não seja o francês. No comércio em geral não é difícil ter atendimento em inglês, porém não se pode ter certeza de que sempre funcione assim. Dependendo da região em Montreal onde você estiver, pode ser difícil ser atendido em outro idioma que não em francês. Pode haver ocasiões em que um atendente ou vendedor de loja entenda suas perguntas em inglês, mas responda em francês.


Prepare-se para entrar na fila

Na escada rolante, a pessoa pode ficar do lado direito ou andar pelo lado esquerdo. Não se deve parar no lado esquerdo da escada ou esteira rolante. Aqui tem fila para tudo, entretanto, o que chama a atenção de muitos brasileiros é que no Quebec não há fila preferencial para idosos, gestantes e deficientes, nem mesmo dão prioridade a essas pessoas quando estão na fila, seja no serviço público ou privado. 


Maconha legalizada

De acordo com mudanças recentes na lei sobre a maconha, não é mais liberado o fumo em vias públicas, porém, com a legalização, ficou mais comum sentir o cheiro nas ruas ou ver um grupo fumando na calçada. As pessoas podem carregar até 30 gramas de maconha, mas não podem viajar para fora do país levando o produto consigo - isso continua ilegal. Para saber mais a respeito (1), sugerimos visitar o site do governo do Quebec. No Quebec o comércio legal da maconha e seus derivados é feito através de uma rede de lojas chamada SQDC - Societé québécoise du Canabis (2), a qual pertence ao governo do Quebec.


Multiculturalismo

O Canadá em geral recebe atualmente cerca de 300 mil imigrantes, e desse total o Quebec recebe cerca de 45 a 50 mil pessoas. Grande parte desses recém-chegados decidem residir na região metropolitana da Grande Montreal, e o resultado é um grande número de nacionalidades representadas por imigrantes vindos dos cinco continentes. 



Muitas mulheres muçulmanas, indianas e africanas se vestem de maneira muito diferente das brasileiras ou canadenses. Judeus ortodo-xos são numerosos em Mile-End, Outremont e Côte St-Luc. Há restaurantes para todos os gostos, representando as mais diversas tradições gastronômicas. Festivais de filmes de diferentes partes do mundo: Festival do Filme Negro, Festival do Filme Brasileiro, filmes africanos, asiáticos, israelenses e latino-americanos, além de muitas outras atividades frequentes na cidade, como o festival indiano que acontece todo verão no parque Jeanne-Mance. 


Para os jovens que vêm estudar em Montreal, é uma experiência de vida excepcional, e o mesmo também vale para quem vem trabalhar e viver na cidade. Aqui nós podemos dizer que nos tornamos cidadãos do mundo. Mas uma coisa que não pode faltar é respeito, por isso as pessoas não gostam quando há confronto ou discussão. 


Comunidade LGBTQ2AI+

O Canadá foi o segundo país no mundo a legalizar o casamento gay, e há poucos anos criminalizou a transfobia, isto é, a discriminação contra pessoas transexuais. Apesar de ainda haver discriminação na sociedade, existe mais liberdade para pessoas não binárias no Canadá do que em muitos outros países. Em Montreal há um bairro gay chamado Village Gay, onde no verão a prefeitura bloqueia o tráfego de veículos na rua Saint-Catherine Est. A parada gay, conhecida como Fierté Montréal (3), é um grande evento com a presença de grande público, inclusive autoridades do governo provincial e federal 


Existem muitos recursos para pessoas LGBTQ2AI+ no Quebec. No site EducaLoi (4) há muitas informações úteis para os imigrantes recém-chegados, como por exemplo: deve-se declarar sua orientação sexual ao empregador, ao proprietário do apartamento ou ao agente de imigração? Em tempo: a lei não obriga ninguém a sair do armário! A pessoa tampouco é obrigada a esconder sua identidade ou orientação sexual. Isso se en-caixaria no conceito de “motivos de discriminação proibida”, previstos na Carta dos Direitos Humanos e Liberdades do Quebec. 


Neste mesmo site da EducaLoi, pode-se encontrar informações sobre união civil, adoção de crianças, adoção internacional, reprodução assistida, licença-maternidade ou paternidade, questões ligadas a separação e divórcio, falecimento e testamento, o que fazer em diferentes casos de assédio, discriminação e intimidação, seja no trabalho ou em situações ligadas à habitação (proprietário do imóvel, vizinhos, por exemplo), violência sexual, questões ligadas à saúde, entre outros temas importantes. 


Um recurso muito interessante é o site Interligne (5), onde encontra-se um repertório (Le Repertoire), onde pode-se buscar por recursos locais em qualquer parte do Canadá que oferecem às pessoas LGBTQ+ uma recepção segura com serviços adaptados às suas necessidades. RÉZO é uma organização sem fins lucrativos (6) que oferece serviços de educação e prevenção para o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, num contexto de promoção da saúde geral entre homens GBQ., pessoas trans e homens que têm sexo com homens. Há também organismos que atendem mulheres bissexuais ou lésbicas, como o Centro de Solidariedade Lésbica ou CSL (7), um organismo sem fins lucrativos dedicado a promover a saúde e o bem-estar para mulheres e pessoas não binárias de diversidade sexual.




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